#Livro# VIDAS SECAS: GRACILIANO RAMOS

domingo, 9 de janeiro de 2011 17:53 Postado por Thiago Kahlo



Esse livro narra a vida de uma família no sertão. Narra, como um filme, a seca, a vida e a morte na realidade da família de Fabiano.
Fabiano não é muito inteligente, homem de poucas palavras, mas tem princípios, trabalha feito bicho para alimentar sua mulher, sinha Vitória, e seus dois meninos.
O pobre Fabiano carregou muitos carmas, entre os tais, a angústia de ter matado sua cachorra Baleia que estava doente.
“Teria procedido bem?”... “A cachorra Baleia estava doente. Podia consentir que ela mordesse os meninos? Podia consentir? Loucura expor as crianças à hidrofobia. Pobre da Baleia.” Teve que matar, sim. E matou. Também teria que ter dado uma surra naquele soldado amarelo, mas apanhou e levou cadeia. O soldado amarelo era franzino, Fabiano podia matá-lo com as unhas, mas conteve-se. Tudo por causa dos homens que mandavam. Podia ter matado aquele amarelo, mas não o fez e agora carrega essa lembrança como um carma.
Trazia consigo ódio e desprezo por coisas de seu cotidiano.
Os urubus!
“-Pestes!”
“O que indignava Fabiano era o costume que os miseráveis tinham de atirar bicadas aos olhos de criaturas que nem podiam se defender.”
Eles atacavam os bichos, os que Fabiano gostava. O cavalo lazarento e com espavarões, ia morrer num canto da cerca, definhando. A seca o derrubaria, os urubus cuidariam do resto do serviço.
Mas nada além das arribações irritava tanto Fabiano: “as arribações bebiam a água. Bem. O gado curtia sede e morria.” É... Sinha vitória tinha razão, as arribações matavam o gado. Elas bebiam a água, o sertão pegava fogo, morria bicho, morria gente, outras fugiam, sobreviveriam noutro lugar, até que as arribações aparecessem de novo e trouxessem o mau agouro.

E chega de tanto falar, senão vou comentar o livro todo e vai perder a graça.


(editado por meu amigo Josenilton)

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